Atividade realizada no curso Engenharia e Inovação, MBA em EAD, pelo Veduca (www.veduca.com.br)
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Identificar e analisar novas formas e possibilidades de comunicação, especialmente escrita, em ambientes virtuais ou plataformas digitais.
Resposta:
Vamos, inicialmente, considerar ambientes virtuais como o resultado da criação de programas computacionais (softwares) que permitem estruturar o processo de ensino-aprendizagem por meio de computadores. Nesse sentido, o conceito de ambiente, originalmente associado a uma espacialidade territorial, definida fisicamente, projeta-se para a virtualidade com dois efeitos essenciais: 1) a espacialidade virtual rompe a noção de territorialidade, pensada como espaço tridimensional; 2) a ocupação desse espaço virtual projeta uma simultaneidade, ao permitir que milhares de pessoas ocupem o mesmo espaço de aprendizagem ao mesmo tempo, em um efeito fisicamente impossível: quanto mais espaço virtual se ocupa, mais espaço existe para ser ocupado. Por seu turno, plataformas digitais podem ser entendidas como sistemas que permitem a criação e divulgação de conteúdos de conhecimento, a partir da utilização de um sistema computacional articulado em rede. O que está em questão aqui: como equacionar as relações ensino/aprendizagem nos ambientes virtuais e nas plataformas digitais, partindo da comunicação linear escrita (concepção racional livresca), de longa tradição, em direção às novas formas de produção e obtenção do conhecimento, a partir dos processos de comunicação radial (solar, irradiado) que a informática permite e propicia? Ressalte-se: comunicação é conhecimento, e conhecimento não é o mero acúmulo de informações. Comunicação se realiza quando os sujeitos do diálogo (que pressupõe equilíbrio mínimo entre os que se comunicam) produzem w atribuem sentidos às suas falas e ações. Pensando a escrita como originalmente pertencente ao universo do espaço tridimensional, limitado e limitante, mas ao mesmo tempo de relação tête-à-tête, como realizar comunicação nos espaços virtuais/digitais através da escrita? a) Sob o ponto de vista da produção de conhecimento - criação de blogs abertos, onde a partir de posts temáticos, os interessados devidamente cadastrados pudessem dialogar para a construção de um conhecimento mediado pelo diálogo sistemático e periódico (exemplo 1: no conflito árabe-israelense em curso, é possível atribuir responsabilidades a apenas um dos lados? Alimenta-se o debate com informações jornalísticas, ponderações filosóficas, análises estatísticas; exemplo 2: como viabilizar o monitoramento da coleta seletiva voluntária de lixo no bairro “x”?) b) Sob o ponto de vista da linguagem - criação de “Dicionários de Arquitetura Aberta”. Sabemos que as palavras e seus significados, como todo produto cultural, caracterizam-se por pelo menos três dimensões, a saber: historicidade, pedagogia e polissemia. Historicidade, porque os significados variam no tempo; pedagogia porque pressupõem processos de ensino-aprendizagem; polissemia porque os significados são simultaneamente variáveis. Assim, um dicionário de arquitetura aberta serviria para a construção/divulgação de sentidos dados às palavras a partir de diversos sujeitos culturais, em diversos locais e tempos. Aberto porque fruto de um diálogo permanente que pudesse atualizar os diversos sentidos das palavras, em um processo de expansão crescente, em “espiral dialética”, cada vez mais amplo, cada vez mais alto. (e, diga-se de passagem, bem o oposto do Dicionário da Novilíngua, elaborado na distopia 1984, de George Orwell. Nele, as palavras são sistematicamente “removidas” ou “condensadas”, levando à perda de sentido, ao esgarçamento semântico e às edições cada vez menores do Dicionário, a cada nova edição...) c) Sob o ponto de vista do diálogo – criação de aplicativo que facilite a participação em chats e fóruns a partir de qualquer aparelho, PC, notebook, smartphone, tablet, com sinalização simultânea dos participantes, para interação instantânea, em qualquer lugar e a qualquer hora (mas dependeria de uma boa rede wi-fi, de alta velocidade, acessível em qualquer lugar).
De forma prática, existem várias e fárias ferramentas prontas para extensão de ensino e até mesmo para o ensino a distância. Das que conheço, a mais utilizada é o moodle, muitas universidades famosas usam ele para otimizar o ensino. Devido aos baixos custos para a implantação dessa plataforma e à gratuidade do software, não vejo problemas para escolas do ensino fundamental e médio usarem a ferramenta no Brasil. Eu particularmente gostaria de ver ela funcionando em uma escola pública, o ensino poderia ser mais personalizado e interativo...
ResponderExcluirE pra constar, esse modelo de ensino onde o professor fala e o aluno ouve não funciona mais. Pena que são poucos os que perceberam isso...